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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Iniciativa

Editorial: Iniciativa


por Andrée Samuel



Na semana passada, voltando do trabalho para minha casa, ouvi no rádio uma noticia que me causou um grande prazer. Tratava-se de uma situação bem conhecida e, lamentavelmente, muito comum. Uma profissional que havia sido contratada há dois meses, numa empresa para trabalhar na área de recursos humanos, foi convocada pela Diretoria com a incumbência de demitir imediatamente quatrocentos funcionários em função da crise. A empresa precisava restringir os gastos por um período de quatro meses quando imaginava poder realizar novas contratações.

A profissional em questão procurou argumentar com a direção no sentido de mostrar-lhes que o custo da demissão seria alto demais, que a crise parecia não ser tão brava, que a economia estava demonstrando sinais de recuperação positiva, que o custo de recontratar, treinar novas pessoas daqui a quatro meses só oneraria a empresa... Ela buscou de várias formas explicitar à Direção da empresa o seu ponto de vista: que no fundo não haveria a esperada diminuição nos custos, que essa escolha talvez não fosse a melhor estratégia para a empresa. Não obteve êxito. A Direção havia tomado a sua decisão. Era necessário demitir. Nem as contas feitas, nem o embasamento com o qual os argumentos foram colocados demoveram os Diretores da escolha feita.

Ainda assim essa profissional não se considerou “derrotada”. Naquele mesmo dia, montou um plano de ação e uma estratégia que apresentou em seguida aos seus superiores. Esse plano consistia em dar férias coletivas aos funcionários que a empresa queria demitir. Ela pediu um prazo que equivalia aos mesmos quatro meses anunciados pela empresa para colocar seu plano em ação. Caso não desse certo, ela demitiria os funcionários ao final do prazo.

O aspecto interessante dessa história é que, durante o período de férias coletivas ela ofereceu, entre outras coisas, cursos de atualização a esses funcionários que tinham os dias livres e, antes do prazo de quatro meses, a Direção lhe pediu que os chamasse de volta pois a situação econômica da empresa estava novamente em ascensão!

Essa noticia, ouvida no meio do trânsito caótico das 18h30 na cidade de São Paulo, encantou-me e muito me tocou.

Havia a “necessidade” e a “ordem” de realizar um corte de funcionários. Esse é o recurso que as empresas em geral têm utilizado para lidar com esse momento de mudanças na economia do Planeta.

Essa pessoa teve a coragem de “desligar o piloto automático”, não teve medo de encarar a situação, de refletir, pesquisar e implementar uma solução original e adequada. Ela questionou hábitos, reforçou valores, buscou priorizar o que era mais importante – tanto para a empresa quanto para os funcionários envolvidos – tendo talvez simplificado a situação de um modo criativo e construtivo.

Esse exemplo vivo e feliz, ocorrido no mundo corporativo, pode nos remeter a algumas considerações e questionamentos em relação à nossa vida pessoal.

Talvez possamos nos dispor a observar com um “olhar atento e gentil” como lidamos com as situações de crise na vida.

O que reconhecemos como tendência habitual nossa: enfrentar a situação nos confrontando o que está acontecendo? Uma resposta reativa buscando evitar aquilo que se apresenta? Empurrar com a barriga? Fazer de conta que não é conosco?

Será importante observarmos quais os comportamentos que repetimos por estar plugados no piloto automático, mantendo alguns hábitos pela lei da inércia. Observaremos também que provavelmente algumas situações se repetem na nossa vida...

Em outros momentos talvez teremos a oportunidade de nos observar ousando imaginar alternativas novas, procurando ampliar nosso horizonte e até buscando agir de modo mais criativo.

A partir dessas observações poderemos então tomar consciência do efeito de cada uma das respostas nas diversas situações. Poderemos comparar e reconhecer a diferença entre uma situação e outra e buscar compreender o que facilita ou dificulta a nossa habilidade em responder de modo saudável aos desafios da vida.

O reconhecimento de como nos sentimos e do impacto das nossas ações no nosso dia a dia, poderá funcionar como uma bússola para nortear nossas escolhas, estabelecer as prioridades pessoais e assumir a direção da Vida de um modo mais pleno.

Deixo aqui o convite para experimentar observar-se desse modo honesto e gentil!

Segundo Dr. Roberto Assagioli, “A vida oferece numerosas oportunidades de crescimento e de exercício. Podemos dizer que temos o laboratório e a oficina sempre conosco. (...) Aventurar-se corajosamente nos abismos... descobrir as forcas... os medos... os conflitos... não deixá-los abandonados a si mesmos mas utilizá-los com objetivos produtivos.”

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